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A história de nós dois - Emma e Matt

  • Aline Pádua
  • 4 de dez. de 2016
  • 4 min de leitura





{…}



— Hey Matt? Onde você pensa que está indo? — disse ela sem saber, sem estar entendendo nada.


— Não, não importa. Qualquer lugar é melhor que aqui.


— Porque? — perguntou ela assustada.


— Estou cansado dos seus dramas, das suas falsas emoções, você fica citando Shakespeare como se tudo isso tivesse sentido. Quer saber? Eu não sou seu Romeu. — ele disse furioso, deixando-a completada atordoada.


Ela começou a chorar e disse:


— Quer partir? Parta. Mas não volte! Nunca mais, entendeu? Quer ficar? Fique. Mas fique por você, pelo o que você me prometeu todos esses dias de sol. Fique por nós. — ela disse, com sempre protegendo a si mesma se expressar algum sentimento.


Então ele parou, abaixou a cabeça e disse:


— Então isso é um adeus.


Ela se virou, fechou os olhos e por um minuto pediu para que aquilo fosse um pesadelo. Quando abriu os olhos, ele já havia ido. E agora ele era apenas uma parte de um verão mal acabado, uma história para não contar aos netos.


Passaram-se dias e noites. Emma estava contando cada minuto como se fosse o último, e pedia para que não ficasse mais em vida se fosse para ficar sem ele. O celular nunca saía de sua mão, e ela discava o mesmo número á cada segundo e desistia de apertar um único botão. Antes de dormir, aquele som do "adeus" passava por sua cabeça. Estava intacto em sua mente, todo aquele erro, todo aquela perda …


Não havia sentido as aulas, não faria mais sentido abrir os olhos e não sentir o toque dele. Não, não e não. Ela não poderia mais respirar sem sentir a sua presença. Mas de nada adiantava não poder ou querer estar com ele. Não adiantaria, pensava ela.


E num ato de desespero ela correu da rua 7 até a rua 15 para vê-lo, eram duas horas da manhã de um natal que pra ela não fazia sentido sem ele, aliás nada sem ele tinha cor. Então ela chegou, em frente aquela porta de marfim com uma mancha vermelha. Estava sem reação, sem saber o que fazer, e num ato de coragem, ela apertou a campainha.


E, e ele abriu.


A primeira reação de Matt foi surpresa, foi um espanto. Até que ela disse:


— M... Feliz Natal! — ela quase dissera "meu", como se ele ainda a pertencesse.


— Olá, feliz natal. — Matt disse, mas seus olhos não pareciam alegres. — Mas o que você faz aqui? — ele indagou, ainda sem entender a atitude da mulher que quebrou seu coração.


— Eu precisava te ver Matt e te dizer o que está acontecendo, não dá pra ficar fingindo que não me importo.


Nesse momento a porta se abriu, de lá saiu uma bela moça com um sorriso perfeito, seu salto rosa que combinava perfeitamente com um grande casaco marrom, e que disse:


— Pequeno, não vai entrar? Está frio aqui fora, você poderá pegar um resfriado.


"O mundo de desabou. Ok. Eu sei que nós havíamos terminado, mas já? Ele já se apaixonou outra vez? Meu Deus, como poderia ter acontecido isso?” — Pensou Emma, enquanto disfarçava a dor.


— Já vou indo, até logo. Um ótimo natal para todos vocês. Felicidades ao casal. — Emma disse, pesando apenas em correr dali.


A bela moça entrou na casa e Matt disse:


— Pode ir amor, já entro.


As lágrimas caíam junto aquela chuva inacabável tudo acabou mais uma vez. E ela foi entre lágrimas e gotas de chuva, no meio do nada. Quando se ouviu uma voz, que colocou o casaco em volta dela e disse:


— Aonde você pensa que vai Emma? Ficou maluca?


— Qualquer lugar é melhor que ficar aqui com você. — gritou ela.


— Qualquer lugar, como assim? Vai repetir o que eu disse? Vai fazer o mesmo mais uma vez?


— Fazer o quê? Da última vez você que disse, você acabou com tudo se lembra? Eu não fiz nada.


— Isso mesmo, você não fez nada! Nada! — ele disse já furioso. — Poderia ter lutado para que eu ficasse, mas não, me deixou ir com meias palavras.


— Você quer que eu diga o quê? Para você ficar? Eu te pedi. Não inverta o jogo agora, Matt.


Ele ficou quieto, pensou e disse:


— Porque você não diz então tudo o que iria dizer? Fale, quero ouvir. Você veio aqui nessa chuva á toa? Pra nada mais uma vez?


— Você quer ouvir ? Ok. Vamos lá. — ela indagou, sem conseguir reconhecer o homem a sua frente. — Eu não vim aqui para ver uma moça linda sair da sua porta e te chamar de pequeno, não mesmo, Matt. Eu vim aqui para poder te dizer que te quero de volta, que preciso de ter comigo outra vez. Eu preciso de você.


Nesse momento ele começou a falar algumas coisas e ela disse:


— Não hoje não, fique quieto. Eu não terminei. Mas “terminar” é uma boa palavra pra se usar hoje. Eu sei agora que você não poderia gostar dos meus erros, dos meus tropeços, mas eu não me importo, não mais. Eu mudei, e foi por você, foi por “nós”. Vim atrás de uma chance que já não sei se existe. Vim porque eu ainda te amo, e sei que mesmo eu sendo a pessoa mais errada, você é perfeito pra mim. Todos esses dias o mesmo "adeus” ficou passando e repassando na minha cabeça, tudo caía e ficava sem forma quando eu tentava esquecer. Por que? Porque você é a melhor coisa que eu já tive. E eu peço só uma chance, só isso.


Por um minuto ele pensou, ficou em silêncio e em gesto não muito comum, segurou o rosto de Emma e disse:


— Eu sempre vou amar você, mas eu sei que não iria dar certo, mesmo que tentássemos outra vez.


Ela sem reação e sem saber o que dizer, apenas o beijou pela última vez.


Assim ela se foi dentre a chuva, naquela madrugada sombria. E o adeus foi lacrado, aquele foi o último "eu te amo" da história de nós dois.



{...}




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